EDUCAÇÃO AO USUÁRIO PARA PROMOVER O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS



O medicamento é um dos símbolos e esperança para a recuperação, promoção, manutenção e preservação da Saúde. Muitos pacientes pensam que o fato de estarem tomando um medicamento lhes garante o sucesso de sua cura ou melhoram suas enfermidades. Outros acreditam que o medicamento é uma “mercadoria”, cujo valor está diretamente relacionado ao seu efeito, isto é, quanto mais caro e novo o medicamento melhor retorno ele trará para a sua saúde. - Será?!


Segundo o Ministério da Saúde, apenas metade dos pacientes tomam corretamente seus medicamentos. Entretanto, de acordo com as estatísticas do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), no ano de 2005 os medicamentos ocuparam a 1a posição nas estatísticas de intoxicação do Brasil (21926 casos, 84 óbitos e 0,38% de letalidade). Portanto, os dados sugerem que o uso incorreto ou inadequado do medicamento pode justificar sua liderança prejudicial nas intoxicações. Dentre as possíveis razões para a má utilização do medicamento está a automedicação, agravada pelas propagandas de medicamentos e pela pouca condição sócio-educacional dos muitos pacientes dos serviços de saúde. Poucos pacientes e até alguns profissionais de saúde sabem que medicamentos com tarjas devem ser vendidos mediante uma receita médica e dispensados sob a supervisão do profissional farmacêutico.

A automedicação é uma triste realidade em nosso país e quase todas as farmácias comerciais vendem medicamentos com tarjas vermelhas sem necessidade de apresentação de receita médica. É fácil perceber a influência da propaganda de medicamentos na automedicação. Após a divulgação dos medicamentos, muitas vezes acompanhada de uma boa estratégia de marketing, onde se valorizam mais a qualidade do medicamento, se observa um aumento das vendas desse medicamento. Na prática, quando um balconista é procurado por um paciente que está com dor de garganta, mas que não possui uma receita médica, ao invés de solicitar que este procure um médico, a grande maioria indica um medicamento tarjado, como um antibiótico, por exemplo. Esse fato é agravado pela fragilidade da legislação que permite a propaganda de medicamentos na grande mídia.

Referência: http://www.portaldosfarmacos.ccs.ufrj.br/tribuna_sperandio.html

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